O papel da Osteopatia como alternativa preventiva e complementar no tratamento de refluxo gástrico
Por Luis Henrique Zafalon –
Por vezes, confundida com uma “simples” má digestão, o refluxo gastroesofágico (DRGE), se não diagnosticado e tratado de forma correta, pode acarretar em diversas complicações graves de saúde, com o aparecimento de problemas respiratórios, dentários, otorrinolaringológicos, levando a casos de úlceras, sangramentos e câncer.
De acordo com o último levantamento realizado pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), mais de 25 milhões de brasileiros, entre bebês e adultos, convivem com o refluxo – condição patológica em que o estômago reflui o conteúdo gástrico (gases, líquidos ou sólidos) para o esôfago.
Apesar de causar um quadro bastante incômodo, com sintomas como azia, náusea, queimação no estômago, tosse seca e dor torácica, que comprometem a qualidade de vida da pessoa, existem tratamentos eficazes que vão desde a mudança para hábitos alimentares mais saudáveis, até a prática da osteopatia, que atuará para manter o bom funcionamento do aparelho digestivo.
Tendo como base a origem do problema, para que se possa interromper o surgimento dos sintomas, a técnica osteopática, que atuará também de forma preventiva da doença, trabalhará nas regiões do abdômen, craniana e do pescoço, locais geralmente associados às causas do refluxo.
Os estímulos provocados nessas regiões agirão para uma melhora, além de um eficaz funcionamento do diafragma e válvulas gástricas, de forma que se impeça o retorno dos sintomas e do refluxo no cotidiano do paciente, trazendo de volta seu bem-estar.
A osteopatia também é indicada para bebês, que, em seus primeiros meses de vida, ainda em processo de amadurecimento do seu sistema digestivo, passa por alguns quadros de cólicas e pequenos vômitos.
Apesar de ser considerado algo normal, é importante o acompanhamento de perto, pois o refluxo pode vir a desencadear problemas como anemia e sangramento digestivo. No caso, o tratamento osteopático trabalhará a harmonização do corpo para o bom funcionamento dos sistemas digestório e cardiorrespiratório, promovendo a diminuição das crises e melhora da alimentação.
A prevenção desde cedo ajudará para que o refluxo não se torne algo patológico no futuro e que, por ventura, comprometa a fase de crescimento e outros problemas de saúde. Além de não utilizar remédios no tratamento, o trabalho osteopático preventivo, aliado a mudanças dos hábitos de vida, por vezes, poderá eliminar a necessidade de cirurgias para a correção do problema.
A técnica manipulativa restabelece e flexibiliza as regiões prejudicadas e que possam ser as causadoras da enfermidade. A função motora do esôfago passa a atuar de forma devida e ocasiona bem-estar e noites tranquilas de sono, devido ao desaparecimento dos incômodos sintomas e consequências relacionados ao refluxo, e de outros problemas diagnosticados ao longo das sessões, em que é possível tratar de forma simultânea.
*Luis Henrique Zafalon é fisioterapeuta especialista em osteopatia, professor e palestrante