Carro por assinatura: saída para o envelhecimento da frota e excesso de mortes no trânsito

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Por Alan Lewkowicz

Atrás de países populosos como Índia e China, o Brasil ocupa um lugar num pódio onde não deveria estar. O país registra em média 33 mil óbitos por ano – terceiro lugar no ranking do trânsito mais fatal do mundo – segundo relatório da OMS – Organização Mundial da Saúde, que aponta ainda que as fatalidades motivadas por acidentes de trânsito são a oitava causa de mortes no Brasil.

Por outro lado, a frota de automóveis que circula pelas ruas do Brasil envelheceu pelo nono ano consecutivo, e sua idade média retrocedeu quase três décadas, ficando próxima aos níveis de 1994. A queda do mercado já vinha ocorrendo e foi acentuada pela pandemia. A média de idade dos automóveis é, hoje, de dez anos e nove meses, segundo o mais recente estudo sobre a frota circulante no país, realizado anualmente pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Em 1994, a frota era apenas um mês mais jovem. Assim, o carro por assinatura surge como uma alternativa para renovação da frota brasileira, a custos mais compatíveis do que a aquisição de um carro novo por  financiamento.

Se levarmos em consideração que uma frota envelhecida gera mais poluição,

acidentes por falta de manutenção; e congestionamentos por problemas nos trajetos, vemos no carro por assinatura uma contribuição relevante para a renovação da frota em circulação, com custos mais acessíveis. A modalidade ajuda mais pessoas a terem um carro novo todo mês, o que contribui com a segurança no trânsito.

Essa modalidade contribui com o objetivo de desacelerar a estatística da OMS, que definiu o período de 2021 a 2030 como a “Segunda Década de Ações para a Segurança no Trânsito” como parte de um esforço global, que tem como meta reduzir em até 50% o total de mortes derivadas de acidentes de trânsito.

No Brasil, a campanha “Maio Amarelo” – a cor faz alusão a sinalização de trânsito que indica atenção – completa dez anos, e visa a importância de se respeitar as leis de trânsito e de se adotar medidas que possam contribuir para a diminuição de mortes e acidentes. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) definiu para esse ano o tema “no trânsito, escolha a vida”, e as esferas governamentais e instituições públicas promovem ações de conscientização.

Com o compromisso de reduzir pela metade o número de mortes até 2028, o Brasil tem uma difícil tarefa que engloba todos os envolvidos no trânsito, que incluem pedestres, motociclistas e motoristas; bem como instituições públicas, privadas e governo que coordenam e monitoram ações que miram conscientizar as pessoas a redobrar a atenção nas vias.

*Alan Lewkowicz é formado em Administração de Empresas pela ESPM e trabalha há mais de 17 anos no mercado automotivo. Foi diretor de operações do Grupo Aba, sócio/conselheiro da Maestro Frotas, e sócio fundador da startup ComparaCAR, portal que reúne  ofertas de carro para compra ou assinatura. www.comparacar.com.br

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